80 anos da Mulher-Gato, mais que uma femme fatale ou interesse amoroso do Batman
Em 2019 o Batman fez 80 anos, o que causou um grande “evento”, por motivos óbvios, em formato de quadrinho, também a comemoração de 1000 edições da revista em que ele fez sua estreia, a Detective Comics. Esse ano outros personagens que fazem parte da história do Batman também comemoram 8 décadas de existência, incluindo ela que roubou o coração do morcego no primeiro momento que a viu...Selina Kyle, a Mulher-Gato, ou, A Gata, como foi chamada em sua primeira aparição em Batman #01 (1940), ela também ganhou, ou melhor vai ganhar um edição especial de celebração de seus 80 anos, sem data definida (devido a pandemia do coronavírus).
Vilã, anti-heroína, ladra entre outros termos já dados a
personagem, não são capazes de definir sua essência. É claro que se trata de uma
personagem fictícia e cada autor que passa por ela molda de sua própria forma,
claro que em certo limite. Alguns fazem dela uma mulher ambiciosa que rivaliza
o Batman em sua cruzada por justiça outros uma espécie de ladra ao estilo Robin
Hood.
A Mulher-Gato, já apareceu em praticamente todas mídias além
dos quadrinhos, seja cinema, games, livros e séries de TV, não dá pra negar que
ela é mais popular que até alguns heróis, (mas aí eu seria suspeita de falar,
já que ela é uma das minhas personagens favoritas). Nos cinemas em praticamente
todas as franquias que Batman teve ela já apareceu, seja na versão icônica de
Michele Pfeiffer, ou como Anne Hathaway na triologia do Nolan (vamos fingir que
aquela versão da Halle Berry nunca existiu), até mesmo na TV com 3 atrizes
diferentes interpretando ela: Julie Newmar, Lee Meriwether e Eartha Kitt na
clássica série do Batman nos anos 60, até sua versão adolescente mais recentemente
na série Gotham.
Algo que permanece constante em todas as versões dela é sua
negação pelo seu lado altruísta, Selina, cresceu nas ruas de Gotham, órfã,(estou
levando em conta as versões mais recentes da história da personagem) sua
ambiguidade vem da incerteza que se fez presente em toda sua vida, cercada pela
violência de Gotham e sua firmação ao escolher se tronar a Mulher-Gato.
Em Ano Um, Selina é uma prostituta que ao ver o Batman decide
se tornar uma ladra que usa um uniforme de gato. Felizmente, a DC resolveu
ignorar essa versão do passado de Selina, que só parece ser só mais um pretexto
de associar a imagem da personagem a sua personalidade exageradamente
sexualizada sem a menor necessidade. Não tem nada de errado no fato da
personagem ser sexy, mas parece que outra constante na sua história seja a
necessidade de colocar a sexualidade como a única caraterística de sua
persnolidade.
Nos melhores momentos da Mulher-Gato, a constante que
podemos destacar é sua liberdade, é isso que ela é, sempre foi, uma mulher livre
que causa desconforto aqueles ao seu redor.
Nos anos 90, após 50 anos de história, ela ganhou sua primeira
mensal, antes disso teve uma minissérie sobre seu passado como continuação de Ano
Um e uma graphic novel, a série teve 96 edições e contava com icônico uniforme
roxo marcado pelas ilustrações de Jim Balent. Também marcou o inicio de um novo
lado da Mulher-Gato, como anti-heroína.
Em 2001, com o fim de sua primeira revista mensal, uma nova
fase se inicia para Selina, aqui ela sofre uma repaginada ganhando seu visual
que persiste até hoje, com os cabelos curtos e uniforme preto acompanhado de um
chicote, nas mãos do inigualável Darwin Cooke. Ed Brubaker, assume o roteiro da
mensal da personagem ao lado e Cooke e depois disso vem Cameron Stewart, os três
assim marcando a personagem, focando mais no lado heroico de Selina e nos seus
relacionamentos com sua irmã, sua melhor amiga Holly, seu novo aliado Slam
Bradley e seu romance com Bruce/Batman.
Infelizmente, depois disso as coisas não foram muito boas
para Selina, com a saída de Brubaker, algumas coisas seguiram rumos diferentes
daqueles que ele planejava, como a gravidez de Selina, além disso a passagem do
manto da Mulher-Gato. Não vou entrar em detalhes para não dar spoilers, mas
quase tudo construído por Brubaker em sua fase foi desfeito.
Após isso, temos o surgimento de novas alianças para Selina, as Sereias de Gotham, com ela se aliando com a Hera Venenosa e Arlequina. Um título divertido que deu início a amizade das três personagens que continua até hoje. Depois disso veio os Novos 52 :/
Quem será que gosta da revista da Mulher-Gato nos novos 52?
Praticamente tudo que critiquei sobre a personalidade da Selina se resumir ao
sexo foi que ganhamos nesse título, seu relacionamento com Batman era limitado
ao sexo, com direito a uma cena bizarra dos dois transando de mascara na
primeira edição da revista.
Com o Renascimento do Universo DC veio Tom King e sua
odisseia no relacionamento “Bat e Cat”, confesso que no início fiquei muito
feliz ao ver a relevância que a personagem iria ter na série, mas o resultado
foi um tanto quanto decepcionante. Com a promessa de um casamento que não se
cumpriu e (que por mais que doa admitir) um título que não se destaca muito
além de sua arte nas mãos de Joelle Jones.
O que esperar do futuro da personagem? Bem, nos quadrinhos ainda
temos a conclusão da odisseia romântica de King em “Batman/Catwoman”, ainda sem
previsão de lançamento, além disso, temos mais uma versão cinematográfica da
personagem, dessa vez na pele de Zoe Kravits em The Batman de Matt Reeves, com
lançamento previsto para outubro de 2021.
Enfim, assim encerro esse texto que foi feito por mim com
todo meu amor pela Selina, com toda sua ousadia e alegria (perdão pela frase),
peço desde já desculpas pelo tamanho, mas deixem nos comentários qual sua
versão favorita da personagem, seja nos quadrinhos, cinema e TV?
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